PÂNICO, o quinto filme da franquia criada por Wes Craven e Kevin Williamson em 1996 é uma homenagem não apenas aos criadores da saga original, como também a todos os fãs do cinema de terror slasher à moda Wes Craven.
O filme de 2022 coloca em debate o chamado “terror elevado”, isto é, filmes que tratam de questões sociais e psicológicas e usam o terror como plano de fundo, como acontece em Babadook, Corrente do Mal, A Bruxa e Midsommar. Não que esses filmes sejam ruins, longe disso, porém o que é posto pelo Ghostface é que nem sempre essa carga critico-social deve ser cobrada do público.
Outro ponto importante abordado no novo Pânico é a falta de respeito pelos fãs que algumas franquias do terror demonstram quando ignoram “o legado” de suas sagas em “reboots”, “remakes” e sequências, como visto em Jogos Mortais, Brinquedo Assassino e Halloween. Em Pânico, essa desconsideração pelos fãs é representada pelos filmes “Facada” – a franquia fictícia dentro do filme.
Uma coisa positiva nesse filme é justamente isso, o legado de Pânico segue muito vivo com a presença do trio sobrevivente original: Dewey Riley (David Arquette), Gale Weathers (Courteney Cox) e Sidney Prescott (Neve Campbell) mostrando que, por mais que uma sequência tenha condições de acontecer com um novo elenco e novos personagens nem tudo dos filmes anteriores deve ser esquecido em respeito aos fãs e a própria história da saga.
Com isso os diretores Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett (ambos de casamento sangrento) e os roteiristas James Vanderbilt, Guy Busick usam da versatilidade para mostrar que é possível dar boas risadas vendo um terror ao mesmo tempo que conseguem manter um bom nível de tensão e suspense no público durante a jornada pela a identidade do assassino.
Pânico 2022 segue a formula dos anteriores, inova justamente em não inovar, diverte brincando da melhor forma possível com os clichês que adoramos, mas que devem ser bem utilizados como jump scare, na hora certa! É um filme de terror para quem gosta de filmes de terror. Recheado de “easter eggs”, começando pela nova protagonista a Sam Carpenter (isso mesmo, Sam Raimi e John Carpenter) o filho da delegada de Woodsboro, Wes (homenagem merecida ao pai da franquia).
A dedicatória no final “Para Wes”, mantém vivo o legado de Wes Craven, falecido em 2015 e que deixou uma geração de amantes de filmes de terror, da qual eu faço parte, influenciados por seus filmes. Para mim, bem que esse filme poderia se chamar “PÂNICO – O legado”.